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Amarelo por causa de uma lambreta? Mimimi da arbitragem ou não?

Nas últimas semanas os amantes do futebol presenciaram algumas situações que soam, no mínimo, antipáticas por parte da arbitragem: a punição por dribles e comemorações “exageradas”, que resultaram até mesmo em expulsão. Uns levantam a bandeira de que o futebol está morto, perdendo sua essência principal, outros se baseiam nas regras da FIFA e CBF para embasar as decisões dos árbitros. O fato é que a polêmica está aí.

Atualmente, em seus regulamentos, as federações não permitem diversos tipos de comemorações consideradas fora do contexto como por exemplo:

– subir nos equipamentos de proteção do campo e/ou se aproximar dos espectadores de modo que cause insegurança ou fira os princípios de segurança;

– fazer gestos ou praticar ações provocativas, debochadas ou inflamatórias;

– tirar a camisa ou cobrir a cabeça com a camisa.

Neymar se revolta ao receber cartão amarelo
(Foto: Jean Catuffe/Getty Images)

A insatisfação por parte dos torcedores surge principalmente pelo aspecto emocional que o gol inspira. É um momento de total interação entre torcida e jogador, e ter esse “encontro” proibido cria certa frustração e tira um pouco do encanto do lance, o ápice da partida.

Membros da imprensa esportiva se dividem em relação às opiniões sobre o tema. Uns apoiam a decisão de punição aos jogadores mais efusivos, outros defendem o direito a se manifestarem com mais liberdade. Enquanto isso, as punições vão seguindo, tendo como casos mais recentes a expulsão dos jogadores Alison Calegari, do Grêmio, na Copinha e de Janderson, do Corinthians, no jogo contra o Santos.

Em paralelo aos casos de comemoração pós-gol, foi colocado em foco o cartão amarelo recebido por Neymar no último final de semana. O jogador executou um drible conhecido como “lambreta” e foi advertido pelo árbitro. O fato gerou indignação imediata do jogador e muita reclamação, levando então a punição com o cartão amarelo. Imediatamente a internet “quebrou” e diversos internautas se manifestaram contra a atitude do árbitro. Nas redes sociais, o jogador também se manifestou: “Eu só jogo futebol”.

A repercussão trouxe à tona um assunto já debatido algumas vezes, sobre o que deve ou não ser aceito dentro das quatro linhas. O futebol brasileiro, conhecido e admirado pela habilidade dos jogadores, os dribles desconcertantes, vindos desde Garrincha, passando por Ronaldinho Gaúcho e tendo como representante mais atual Neymar, devem ser vistos como provocação ou fazem parte do espetáculo? Mesmo que usemos a justificativa de que o jogador foi punido pela reclamação à advertência do árbitro e não diretamente pelo drible, essa mesma advertência deveria ter existido? Temos na mesa diversos fatos para analisar.

Neymar e o árbitro não se entendem
Foto: Quality Sport Images/GettyImages

Trazendo minha opinião sobre o tema, julgo o futebol uma festa popular e não há festa sem alegria e comemoração. Então, acho sim que os jogadores têm direito a driblar, festejar e se manifestar, salvo se suas ações prejudiquem o andamento do jogo ou tenham cunho ofensivo e/ou pejorativo.

Como a regra em vigor precisa ser respeitada, o ideal é que os clubes orientem seus jogadores a realizarem comemorações dentro do permitido para que não sejam punidos e acabem prejudicando seus times em momentos decisivos. Quanto aos dribles, bem… Vamos torcer para que o bom senso prevaleça.

Natalia Brasil
Naty Brasil - Jornalista e Comentarista

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