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Feliz dia das mães

Rosângela com seu marido e sua filha Raquel na final da Libertadores 2019. (Foto: Arquivo Pessoal)

Hoje é dia das mães e as Damas do Esporte não poderiam deixar de homenagear essas personagens da vida real, protagonistas de nossas famílias. Nada melhor para essa homenagem do que trazer uma verdadeira história que envolve uma mãe, muito amor e esporte!

Rosângela Lobão Evangelista cresceu próximo ao bairro de Quintino, nada menos que a terra de Zico, estava sempre presente no bar do avô, rodeada de torcedores, que lá nos idos dos anos 70, observavam uma geração vitoriosa do Flamengo nascer e dar os primeiros passos. Encantada com a mística do futebol, começou a fazer parte da torcida Charanga e a frequentar os jogos no Maracanã.

O tempo passou e a adolescente passou a ter outras tarefas e responsabilidades, estudo, trabalho e somado a isso, algo recorrente há algumas décadas atrás, o preconceito, a proibição, “futebol não era coisa para mulheres” e Rosângela era vetada até mesmo de ouvir seus jogos pelo radinho. Nada disso impediu que ela escapulisse dessas proibições, impostas pelos avós e alimentasse sempre que possível, seu amor pelo futebol e pelo time rubro negro.

Avó e neto dividindo o amor e a emoção de ver o Flamengo campeão. ( (Foto: Arquivo Pessoal)

A vida foi acontecendo e nossa personagem, casou, teve filhos, netos e ocupou sua vida com diversas atividades, o futebol da juventude figurava como um coadjuvante, quase deixado de lado, mas sempre fazendo pulsar mais forte seu coração de torcedora por vezes adormecido. Foi num desses momentos, que o coração de mãe se uniu ao de torcedora e ela “adotou” Adriano Imperador, sim, o camisa 9 do hexa, estava presente nas orações de Rosângela, que torcia para que seu ídolo vencesse suas próprias barreiras e estivesse sempre bem. Se deu certo, tenha certeza que a mãezona de nossa história teve participação nisso, pois até a figurinha do jogador, repousou dentro de sua bíblia, como proteção. Reza de mãe é forte.

Quando a aposentadoria chegou, veio uma nova fase, ela estava determinada a elevar seu amor ao futebol para outro patamar. Não seria mais uma torcedora superficial, queria conhecer o esporte em todas as suas nuances, técnica, tática, regras, queria ter propriedade sobre aquela arte tão admirada por ela. Os programas esportivos passaram a ser seus principais companheiros, as partidas do Mengão, suas principais atividades, suas reações aos jogos, motivo de diversão na família, Rosângela finalmente vivia seu amor em plenitude.

Rosângela e sua filha Raquel comemorando seu aniversário no Maracanã. (Foto: Arquivo Pessoal)

E de fato nossa torcedora estava predestinada a ser Flamengo e ser recompensada por isso, nasceu em 23 de novembro, data de duas das maiores conquistas do mais querido, as duas Libertadores da América! Não pôde estar em Lima, mas a filha Raquel a levou para a grande festa no Maracanã, que virou sua própria festa particular, de aniversário, de comunhão com todos os milhares de torcedores que compartilham com ela o mesmo sentimento, amar o Flamengo.

A mãe de nossa homenagem, talvez não siga os padrões que estamos acostumados a observar, mas ela demonstra que o futebol é universal, não há mais espaço para segregar. Mãe torcedora, mãe jogadora, mãe jornalista, árbitra, técnica, comentarista. Mãe “mulamba”, como Rosângela adora se afirmar, pois para ela, ser Flamengo é algo especial, diferente, é fonte de alegria para mais de 42 milhões de pessoas que muitas vezes só tem em sua vida de “mulambo” esse prazer. Em suas palavras, “O Flamengo e o futebol são uma questão social”.

Parabéns Rosângela, parabéns para todas as mães espalhadas por esse país, mães rubro negras, vascaínas, tricolores e alvinegras. Que o lugar de toda mãe seja onde ela quiser.

Natalia Brasil
Naty Brasil - Jornalista e Comentarista

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