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O impacto da LGBTfobia no esporte

Jogador do Vasco, German Cano, comemora gol contra o Brusque com gesto simbólico
Foto: Rafael Ribeiro/Vasco

É de conhecimento, através de estudos, que durante toda a história diversas civilizações praticavam esportes. Talvez a mais conhecida sejam as olimpíadas gregas, que começaram aproximadamente em 776 A.C. Diversas modalidades eram disputadas, mas somente homens participavam. A alusão de que o esporte é uma prática masculina, para homens fortes e másculos, se tornou um processo durante toda a história em diversos países. E a consequência é a exclusão, principalmente, das mulheres, sendo impedidas de competir. A discussão sobre questão de gênero é extensa, e está sobressaindo um debate sociológico sobre identidade e esporte.

Devido a relação entre esporte e masculinidade, observa-se que quem não apresenta tal característica passa a ser excluído e, certamente, quem não se apresenta como “cis hetero”, sofre duro preconceito. Alguns são impedidos de participarem de eventos. Outros, desde a infância, lutam o dobro para serem bem sucedidos na sua área esportiva. É importante citar que isso tudo é apenas um reflexo da nossa sociedade totalmente machista, homofóbica e sexista, onde sofrem diariamente em todos os âmbitos de sua vida.

O Brasil é o país que mais tem registro de crimes homofóbicos (GCG) e o que mais mata transexuais no mundo (Trans Murder Monitoring). Obviamente que o esporte é uma extensão das reproduções homofóbicas e contribuem para a perpetuação desse pensamento. Diversos esportistas já abandonaram o desporto justamente por toda a perseguição, simplesmente pela orientação ou a identidade de gênero.

No futebol, não é necessário citar nomes, mas sabemos de um grande jogador com potencial que foi totalmente excluído e motivo de chacota, que fez a carreira decair ano após ano. No vôlei, uma mulher trans é alvo de comentários maldosos e motivo de discussão na confederação para que não dispute na modalidade feminina. Quantos atletas que se assumiram bissexuais ou homossexuais ao longo dos anos sofrem preconceito, não somente da torcida, que sabemos que sem dúvidas é um dos maiores incentivadores de tais atos, mas internamente, pela diretoria e seus companheiros e companheiras? Adentrando na questão da arquibancada, os cânticos homofóbicos ainda fazem parte de muitas torcidas, apesar de alguns setores não incentivarem e até mesmo proibirem seus integrantes de entoarem.

Aos poucos, com o debate aumentando a cada ano, algumas ações já foram feitas para a diminuição da LGBTfobia nos estádios como, por exemplo, multas aos clubes. Mas, é claro, que ainda é bem pouco, muitos torcem para que as punições sejam mais duras, como perda de pontos e a punição direta do jogador, com ganchos para que fique afastado alguns jogos, caso aconteça algum ato dentro de campo.

As marcas estão envolvidas com a conscientização no mês do orgulho LGBTQIA+ (junho) mudando sua estética para as cores da bandeira. Os clubes de futebol e de outras modalidades também estão promovendo essa homenagem com textos, colocando na bandeirinha de escanteio uma bandeira da comunidade, a braçadeira de capitão nas cores, os números das camisas, a cor da luz dos estádios, etc. Sem dúvidas isso ainda é muito pouco em relação ao que precisa ser mudado, mas é um início que está deixando muito torcedor reacionário furioso. Em uma sociedade totalmente conservadora é natural que isso aconteça, mas esperamos que isso não desencoraje a mudança, que aos poucos vem surtindo efeito.

As Damas do Esporte reiteram que são a favor da diversidade e contra qualquer forma de discriminação, que é inaceitável.

Feliz Dia do Orgulho Gay. É dia de luta, lutaremos.

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